sábado, 30 de março de 2013

A Chave para Gálatas


 A Chave para Gálatas

Rav. Dani'el Rendelman

Introdução
Chaves são ferramentas extraordinárias. Apesar delas parecerem semelhantes e até mesmo se encaixarem
numa mesma fechadura, cada chave é desenhada exclusivamente para realizar uma tarefa. Quer seja abrir a
porta da frente da sua casa, dar partida em seu carro, ou abrir um arquivo cheio de papéis importantes, as
chaves dão acesso a lugares. Tenha a chave certa no tempo certo e as portas da oportunidade podem se
abrir perante você. Mas, esqueça ou perca suas chaves, e você se encontrará trancado do lado de fora, sem
muita esperança.
Assim é o Reino dos Céus. Pois Yeshua (o nome hebraico do Messias) disse em Mateus 16:19 “ dar-te-ei as
chaves do reino dos céus.”
Quando temos as chaves do Reino, as portas são abertas e a nossa vida é abençoada. Mas, quando
perdemos as chaves do Reino, ou quando deixamos de usar a chave correta, ficamos trancados do lado de
fora da vida abundante. Esta é a primeira de uma série de artigos que abrirão as portas do entendimento
sobre como crentes podem retornar ao andar da fé dos primeiros apóstolos.
Hoje você está recebendo a chave do entendimento do livro de Gálatas. Esta chave é bem básica, mas é
extraordinariamente profunda. Ela o ajudará a interpretar corretamente esta escritura do Apóstolo Paulo (ou
Rabino Sha'ul no hebraico), que é frequentemente mal citada e mal compreendida. Juntos, voltaremos no
tempo para visitar o povo da Galácia e reconhecer o porquê desta carta ter sido escrita e o que ela significa
nos dias de hoje.
Viaje no Tempo
Primeiramente, imagine-se como sendo um membro de uma jovem congregação na Turquia. O rabino Sha'ul
(Paulo) trouxe a mensagem de salvação para o seu grupo. Recentemente, um grupo de professores chegou
dizendo que para nascer de novo, uma pessoa deveria ser circuncisada como sinal externo de conversão ao
Judaísmo. Então um dia chega uma carta escrita pela mão do próprio rabino Sha'ul (Paulo). Nesta
correspondência, o rabino Sha'ul está encorajando vocês a lidarem com estes falsos professores e não
permitirem que a vida de vocês seja controlada por uma observância da Lei para a salvação.
De Volta para o Futuro
Agora, vamos avançar até os dias de hoje. Pegue a sua Bíblia e leia o livro de Gálatas com o conhecimento
de que o assunto principal do rabino Sha'ul era a salvação. Na realidade, você pode até imaginar as palavras
“ para salvação” todas as vezes em que ler “ a Lei” . Vá em frente, tente fazer isto e você verá o grande
contraste que existe entre como a carta deveria originalmente ter sido lida, e o que as pessoas acham que ela
significa hoje em dia.
Na maioria dos grupos cristãos, Gálatas é citado e ensinado para sugerir que os crentes não devem observar
a Torá (palavra hebraica para “ instrução” , frequentemente traduzida como “ a Lei” nas bíblias em português).
Pastores pregam que “ a Lei” passou e que as pessoas da fé não são responsáveis por observarem o Antigo
Testamento porque eles não estão “ debaixo da Lei, mas sim debaixo da graça” . De acordo com muitos
professores, seria melhor queimar os livros de Moisés do que cair na rotina de observá-los.
A Verdade Seja Dita
Amigos, esta não é a mensagem do livro de Gálatas ou, por falar nisso, de nenhum outro livro da Bíblia. Ao
contrário, o rabino Sha'ul (Paulo) está instruindo com esta epístola, e com outras, que a Lei é para ser
observada como uma forma de viver na redenção. O assunto principal de Gálatas é o fato de que a salvação
não vem da observância da Lei, e que os crentes deveriam tomar cuidado com ministros que ensinem o
contrário. De acordo com a Bíblia de Estudos King James, “ o tema central desta carta é a justificação pela
graça através da fé.”
O rabino Sha'ul usa os capítulos 1 e 2 de Gálatas para defender as boas novas. Os capítulos 3 e 4 são
escritos para definir as boas novas, e nos capítulos 5 e 6, o rabino Sha'ul mostra aos seus seguidores como
mostrar as boas novas. Paulo começa a carta detalhando o seu próprio retorno ao Eterno através do poder e
da mensagem do Mashiach (palavra em hebraico que significa 'Messias').
Aparentemente, estes falsos professores trouxeram uma mensagem diferente da mensagem do rabino Sha'ul,
e então ele desejou escrever e expor os seus motivos impuros (6:12 e 13). Estes falsos professores
abraçavam a doutrina de que alguém deveria ser circuncisado e seguir a Torá para nascer de novo. Mas,
Sha'ul disse à comunidade de crentes no Messias: “ Não nego a graça de Elohim; pois se somos justificados
pela [observância da] Torá, então o Mashiach morreu em vão.” A Torá não deve ser seguida para uma
salvação por obras. Seguir a Torá para nos santificarmos sim, mas para sermos salvos não.
Apesar da salvação não ser obtida por tentarmos seguir aos mandamentos de YHWH, a Torá ainda deve ser
obedecida. Yeshua disse em Mateus 5:17 e 18: “ Não penseis que vim abolir a Torá ou os profetas; não vim
para abolir, mas para torná-los plenos. Amen! Por que vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo
nenhum passará da Torá um só Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido.”
A Torá foi dada por YHWH como um modo de vida. Até mesmo em Gálatas somos chamados a seguí-la
desta forma. Gálatas 5:13 e 14: “ Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da
liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo amor servi-vos uns aos outros. Pois toda a Torá se cumpre
numa só palavra, a saber: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Aqui o amor é estimado como uma
forma de seguir a Torá. Gálatas 6:2 vai ainda mais além para provar este ponto: “ Levai as cargas uns dos
outros, para que assim cumprais a Torá, como o Mashiach apóia.” Ao andar em amor, ao suportar as cargas
dos nossos próximos, estamos andando na Torá. Pois na Torá está escrito, em Levítico 18:18: “ amarás o teu
próximo como a ti mesmo” é mencionado pela primeira vez.
A liberdade que é comentada ao longo do livro de Gálatas é uma referência à liberdade que a humanidade
tem de andar na Torá sem a escravidão das tradições humanas, e do medo de perder a vida eterna.
“ Mashiach nos resgatou da maldição descrita na Torá, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito:
Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” - Gálatas 3:13. Este verso mostra que Yeshua nos
libertou da maldição descrita em Gálatas 3:10: “ Pois todos os que confiam no legalismo de sua observância
da Torá estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as
coisas que estão escritas no livro da Torá, para fazê-las.” A maldição que Yeshua tomou sobre Si permite que
os crentes andem nos mandamentos de toda a Bíblia sem terem medo de serem amaldiçoados por não
conseguirem cumprir totalmente as suas instruções. Através da Sua vida e sacrifício, Ele não trouxe um fim à
Torá, ao invés disso, Ele exemplificou como nós devemos viver a Torá.
Permaneça Nele
Concluindo, a chave para entendermos o livro de Gálatas está no conhecimento do propósito da carta. O
propósito desta carta era demonstrar que a justificação, isto é, o ser considerado justo aos olhos de YHWH,
vem através da fé e não através de perverter a Torá em legalismo. Gálatas 3:11 diz: “ É evidente que pelo
legalismo ninguém é justificado diante de Elohim, porque: O justo viverá da fé;” Apesar do entendimento da
nossa herança como Israel ser de suma importância, não é através da circuncisão que nos ligamos ao povo
judeu (1 Coríntios 7 e Atos 15 falam claramente sobre o assunto). Lembre-se de que o rabino Sha'ul
circuncisou Timóteo. Mas isto não foi feito para assegurar a salvação, mas sim para obedecer os
mandamentos encontrados na Torá e silenciar àqueles que ensinavam que os crentes não tinham a
obrigação de seguir a Torá (Atos 16:1-3)
Que todo homem permaneça no chamado em que foi chamado...” 1 Coríntios 7:19-20. O aspecto importante
deste verso é sabermos o chamado ou herança para o qual fomos chamados. Como um israelita, você tem
uma herança profunda e uma cultura para explorar e experimentar. Em 1 Coríntios 7:24 o rabino Sha'ul diz
que devemos “ permanecer com Elohim” . Isto é feito através da observância da Sua Torá, celebrando as Suas
festas, e observando o Seu Shabat, e andando no Seu Espírito.
Da Próxima Vez
Da próxima vez em que você ler Gálatas, lembre-se que o rabino Sha'ul estava escrevendo aos crentes com
o propósito de expor um falso evangelho – um que requeria a observância da Torá para a salvação. A Torá é
dada para apontar para o único caminho de salvação – Yeshua o Messias. Ela explica como um crente deve
viver, como um crente deve agir, se vestir, comer, orar, adorar e falar.
A Torá ou “ Lei” deve ser o estilo de vida para toda pessoa que aceita o Messias.
Isto porque Ele observou a Torá completamente e se desejamos seguí-Lo, então devemos seguir a Torá.
Andar na Torá com o Messias produz amor e não legalismo, traz alegria e não escravidão, e produz os frutos
do Espírito e não os frutos da carne. Gálatas 5:22-23: “ Mas o fruto da Ruach é: o amor, a alegria, a paz, a
paciência, a bondade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há
mitsvá”
A Torá é o manual pelo qual nosso time deve competir, o livro de regras para governarmos nossas vidas, e o
livro de receitas que explica como nossas vidas devem misturar verdade e graça com misericórdia e justiça.
“ E a todos quantos andarem conforme esta norma, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de
Elohim” - Gálatas 5:16.

A Chave do Nome da Salvação Rav. Dani'el Rendelman


 A Chave do Nome da Salvação

Rav. Dani'el Rendelman

Introdução
Quando se trata de dar um nome a um bebê, muitos pais são bastante exigentes. Às vezes
um nome é escolhido para honrar a memória de uma pessoa amada. Outros nomes são
inspirados por filmes, amigos, ou simplesmente pelo som. O nome de um bebê
normalmente traz um significado ou uma memória especial. A cada ano, uma lista dos
nomes mais populares é compliada e então comparada aos anos anteriores. Recentemente,
nomes como Jacó, Josué, Abigail, Emília e Olivia estiveram entre os mais populares em
2006.
Cerca de dois mil anos atrás, um menininho recebeu um nome especial de seus pais. Ele
não recebeu o nome de uma estrela de novela, mas um nome em harmonia com a direção
dada por anjos. “E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o
seu povo dos seus pecados.” (Mateus 1:21). É claro que este versículo foi traduzido para o
português. Originalmente, os anjos falaram a esse casal judeu em hebraico. Na realidade, o
bebê recebeu um nome hebraico. (O português só veio a ser falado milhares de anos
depois). A criança foi chamada de “Yeshua”, que é a palavra exata no hebraico para
“salvação.” Este bebê veio trazer a salvação. Seu nome de fato significa salvação. Cada vez
que alguém usava o nome dele, estava na realidade falando a palavra “salvação.” Isto é
fácil de passar desapercebido, uma vez que a maioria das pessoas não lê nem escreve
hebraico. Isto prova que para adquirir uma plena compreensão, devemos estudar o hebraico
e aprender acerca da cultura hebréia que cerca a Bíblia. Usar o Seu verdadeiro Nome
hebraico O coloca de volta no verdadeiro contexto da Sua vida, o qual nos ajuda a entender
melhor as Suas ações e palavras.
O Significado do Hebraico e o Nome do Salvador
O hebraico é uma língua incrível. Ela parece mais com hieroglifos do que com o português,
no sentido de que cada letra hebraica é repleta de significado e simbolismo. No inglês, um
“a” é um “a” e nada mais. Porém no hebraico, cada palavra representa um número, e um
desenho baseado em grafias antigas. Uma palavra hebraica pode ser melhor entendida
examinando cada letra usada e comparando como elas correspondem e se relacionam uma
com a outra. Por exemplo, não há nada de especial na palavra portuguesa “cachorro.”
Contudo, no hebraico um cachorro é “kelev.” Este termo hebraico para “cachorro”
comunica profundidade e definição do que é um “kelev.” Kelev é uma palavra composta,
derivada de dois termos hebraicos básicos. “Ke” no hebraico significa “como” ou
“semelhante a”. Enquanto “lev” no hebraico significa “coração.” Kelev é uma palavra
hebraica que ilustra o fato de um cachorro ser “como o coração” de um homem. Isto é, o
cachorro é o melhor amigo do homem. Uau! (Ou melhor seria dizer auau?)
Logo, não é motivo de surpresa o fato do nome do Salvador também ser altamente
simbólico. Em seu sentido mais básico, o nome do Messias foi explicado quando foi dado
pelos anjos. “ela dará à luz um filho, e ela o chamará Yeshua; porque ele salvará o seu
povo de todos os seus pecados.” (Mateus 1:21). Claramente, “Yeshua” significa salvação.
Este significado é ainda expandido quando examinamos cada letra do nome do salvador.
No hebraico, “Yeshua” se escreve com as letras Yud-Shin-Vav-Ayin. Juntas, essas letras
exibem poderosamente a vida e o ministério do Salvador.
A Letra Yud
A primeira letra do Nome do Salvador é o “yud.” O yud também é a primeira letra do
Nome Sagrado do Pai, que se escreve Yud-Hey-Vav-Hey (YHWH). YHWH é o Nome que
foi dado a Moshe na sarça ardente. Este nome deve ser usado como um “memorial eterno”
(Êxodo 3:15) por todos os que crêem na Bíblia. YHWH significa “ser.” YHWH é, e
YHWH é o Seu Nome. Contudo, o Seu Nome tem ficado escondido por trás das palavras
“Senhor” e “Deus” nas Bíblias modernas. Hoje, contudo, pessoas do mundo todo estão
rejeitando títulos falsos e aceitando o verdadeiro Nome do Pai. A profecia de Sofonias 3:9
está se realizando: “Porque então darei uma linguagem pura aos povos, para que todos
invoquem o nome de YHWH, para que o sirvam com um mesmo consenso." YHWH está
restaurando a língua sagrada do hebraico e a majestade do Seu Nome, a começar pelo yud.
A escrita moderna da letra Yud parece com um til suspenso no ar. A palavra hebraica
“yud” significa “braço ou mão”. O “braço ou mão de YHWH” é uma expressão repetida
várias e várias vezes nas Escrituras. Esta expressão ilustra força e poder, apontando para
Yeshua, o Messias. Foi o braço de YHWH que venceu Faraó e o seu exército. E o salmista
declarou: “espalhaste os teus inimigos com o teu braço forte.” (Sl. 89:10). O braço de
YHWH traz livramento e vitória. Sempre que você ler sobre a mão ou o braço de YHWH
na Bíblia, é uma referência profética a Yeshua.
A Letra Vav
Outra letra que existe tanto no Nome “YHWH” quanto em “Yeshua” é o vav. Esta letra
parece um gancho e significa “prego.” O vav também é o número 6, o número do homem.
Yeshua veio como Filho do Homem. Ele é YHWH feito carne. O que o vav nos ensina
sobre Yeshua? Lembre-se que as letras hebraicas são desenhos e símbolos. A conexão entre
estas letras é evidente. Yeshua (o Yud) veio como Filho do Homem (o Vav) para oferecer
Sua vida como sacrifício. As suas mãos (Yud) foram perfuradas por um prego (Vav) para
trazer yeshuah (salvação). Yeshua foi crucificado através de suas mãos e pés, conforme
profetisado no Salmo 22:16: “Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me
cercou, traspassaram-me as mãos e os pés.” As letras no Nome de Yeshua profetizam sobre
a Sua morte. Não há outro nome dado ao homem para salvação. Mas, por que Ele teve que
morrer uma morte tão cruel? Esta questão também é respondida por Seu Nome.
Yeshua veio oferecer a Sua vida para remediar o pecado e a morte. Contudo, quando você
lê o termo “salvação” (yeshuah) em uma Bíblia em português, é praticamente certo que seja
o Nome do Messias (acrescido de um Hey) traduzido do hebraico. De fato, Seu Nome pode
ser encontrado ao longo de todo o Primeiro Testamento. Quando o Patriarca Jacó
(Ya’akov, no hebraico) orou em Gênesis 49:18, na realidade ele usou o Nome do Salvador
que havia de vir. Ele disse: “A tua Yeshuah/salvação espero!” Ya’akov confiou em Yeshua
mesmo antes de Yeshua nascer neste mundo! No Salmo 62:6, David também proclama a
sua fé em Yeshua: “Só ele é a minha rocha e a minha Yeshuah/salvação; é a minha defesa;
não serei abalado.” As pessoas que viveram durante os tempos do Primeiro Testamento
foram redimidas ao depositarem a sua fé em Yeshua. O sistema sacrificial nunca salvou
ninguém. Em Hebreus 10:4 lemos: “porque é impossível que o sangue de touros e de bodes
expie por pecados e iniquidades.” A Yeshuah/salvação sempre foi por meio da graça
através da fé na Yeshuah/salvação do Todo-Poderoso.
A Salvação e a Torá
O Seu próprio Nome não apenas significa salvação, mas é salvação! “E em nenhum outro
homem há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado aos filhos dos
homens pelo qual é certo que tenham vida.” (Atos 4:12). Yeshua veio para nos salvar dos
nossos pecados e para redimir o homem da maldição descrita na Lei (isto é, da maldição
resultante do pecado). Ele NÃO veio remover a Lei, ou “Torá” no hebraico. A Torá são os
cinco primeiros livros da Bíblia. Esses livros explicam como um crente deve viver a sua fé.
Instruções são dadas na Torá para cada aspecto da vida, inclusive como se relacionar com o
próximo e como adorar a YHWH corretamente. A desobediência aos mandamentos da
Torá é chamada de “pecado.” A Torá explica o que é o pecado. Mas a Torá em si não é o
pecado. Romanos 7:12: “ De modo que a Torá é santa, e a mitsvá santa, justa e boa.”
Yeshua não veio nos salvar da Lei, mas sim da nossa transgressão à Lei. No capítulo 5 de
Mateus, Ele disse: “Não penseis que vim abolir a Torá ou os profetas;” Yeshua pagou o
preço pela transgressão da humanidade à Torá. Ele sofreu as maldições da nossa
desobediência. As duas letras remanescentes no Nome de Yeshua demonstram como Ele
venceu a maldição do pecado.
As Letras Shin e Ayin
Essas duas últimas letras no maravilhoso Nome do Messias são o “shin” e o “ayin.” Essas
letras têm uma conexão especial, então serão analisadas em conjunto. O shin se assemelha
a um “w”, e é uma das letras mais comuns do hebraico. No paleo-hebraico, o shin se
assemelhava à figura de um dente. Hoje, a palavra hebraica “shin” significa “dente ou
mascar.”
A última letra do Nome de Yeshua é o “ayin.” Nos tempos antigos, essa letra tinha o
desenho semelhante a um olho. No hebraico moderno, a palavra ayin significa “olho.” O
olho e o dente, o ayin e o shin, mostram o poder do pecado. Combinados, o yud, shin, vav,
ayin mostram o poder de YHWH.
No direito, existe um princípio chamado “lex talionis.” Esta forma de direito diz que a
punição deve ser adequada ao crime. Na Lei de Moisés, a Torá, as punições são dadas por
diferentes ofensas contra YHWH ou homem. A Torá explica em termos exatos como uma
pessoa deve tratar o seu próprio e adorar a YHWH. O pecado vem quando a pessoa não
segue a Torá. “O pecado é a transgressão da Torá” diz 1 João. A punição para pecados,
grandes ou pequenos, é a separação de YHWH. Esta é a maldição descrita na Torá. “O
salário do pecado é a morte.” (Romanos 6:23). Todos pecaram e portanto estão em débito
quanto aos requisitos da Torá. Todos, à exceção de um – o Messias Yeshua. O Filho sem
pecado de YHWH pagou o preço do pecado e morreu a morte de um pecador. A Torá
requer justiça para todo pecado da humanidade. A Torá determina “olho por olho e dente
por dente.”
“Mas se houver morte, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por
mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.” (Êxodo
21:23-25). A Torá requer olho por olho – ayin por ayin, e dente por dente – shin por shin.
Aqui, a Torá chama por “lex talionis” ou punição exata pelo crime. O crime é o pecado. A
punição é a morte. Nós somos os acusados. Yeshua voluntariamente tomou a nossa punição
e morreu em nosso lugar. A justiça da Torá, que requeria o ayin (olho) e o dente (shin), foi
cumprida quando foi pregada (vav) a mão (yud) de Yeshua. A misericórdia pagou o preço
da justiça. Yeshua ofereceu a Sua vida por nós, cumprindo a demanda de “olho por olho,
dente por dente.” Colossenses 2:14 diz: “e havendo riscado, por sua ordenança, o escrito de
nossas dívidas que havia contra nós. Mas ele o removeu-o do meio de nós, firmando-o ao
seu madeiro;”
A Palavra Se Fez Carne
Nos é dito em João 1:17 que “a Palavra se fez carne e tabernaculou entre nós.” Este
versículo não é brincadeira. A Palavra à qual se refere este versículo é o Antigo
Testamento. Evidentemente, estes livros foram escritos no hebraico. Parafraseando,
podemos dizer que o alfabeto hebraico se fez carne e tabernaculou entre nós. A Palavra
Viva veio e deu a Sua vida, conforme o Seu Nome profetiza. “Mas agora, no Mashiach
Yeshua, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue do Mashiach chegastes perto.”
(Efésios 2:13)
O bebê que nasceu há mais de dois mil anos recebeu o nome adequado. O mundo é culpado
de pecado e portanto merece juízo e ira. Porém, uma pessoa pode ser salva do juízo e da ira
ao confiar em YHWH Yeshua, isto é, na salvação de YHWH. A Sua vida é um exemplo
vivo para seguirmos. Você confia em Yeshua para a sua salvação? A obediência à Torá não
te salva. As boas obras não te salvam. Linhagem judaica não te salva. Membrezia em uma
congregação não te salva. Somos salvos pela pessoa e pelo Nome de Yeshua! Bendito seja
o Seu maravilhoso Nome!

Postado por Zakay Ben Noach tel 086-9922-9140/8833-9674/9418-9760

quinta-feira, 28 de março de 2013

A Chave contra o Conformismo( Rabbi Dani'el Rendelman)



 A Chave contra o Conformismo 


Aqueles que não aprendem da história estão fadados a repetí-la” – fonte desconhecida
O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do
sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes
de nós.” Kehelet (Eclesiastes) 1:9-10
O ano é 173AC.
Uma terrível guerra está só começando. Este é um choque que não começou no campo de batalha das
armas e da morte mas sim no campo de batalha da mente. O grande rei Antíoco Epifânio está defendendo a
causa da helenização através do Oriente Médio. Em outras palavras, Antíoco está tentando fazer com que
todos os povos do seu reino sejam como o restante dos gregos. Sua causa é conquistar as mentes das
pessoas e fazê-las viverem como o mundo grego ‘civilizado.’
A história nos ensina que Antíoco fundou mais cidades gregas novas do que qualquer governante anterior.
Ele também trouxe grande perseguição sobre os crentes hebreus na Terra de Israel. Primeiranete, o sumosacerdote
do Templo foi substituído por um grego de nome Jason. Jason lutou para mudar a religião dos
hebreus e torná-la mais aceitável à adoração de outros deuses. Em 167AC. As coisas ficaram bem feias
uma vez que os hebreus foram forçados, sob pena de morte, a “deixarem as leis dos seus pais e pararem
de viver pelas leis da Torá. Além disto, o Santuário em Jerusalém deveria ser poluído e receber o nome de
Zeus Olímpio.” diz o livro de 2 Macabeus 6:1,2
Antíoco entrou no Templo, até mesmo no Santo dos Santos, ofereceu animais impuros e realizou atos
sexuais sobre o altar de sacrifício. Ele proibiu os hebreus de circuncisarem seus filhos. Ele até ordenou que
as noivas passassem uma noite com um general grego antes da realização do casamento. Fica claro que
este era um sujeito mau com maus objetivos!
Muitos hebreus acabaram cedendo os caminhos do rei sem falar nada. Eles prejudicaram as suas crenças
ao sairem da fé verdadeira e aceitarem os muitos deuses da Grécia. Ao invés de lutarem, eles cederam.
Alguns chegaram até a passar por cirurgias dolorosas para reverter a circuncisão! Contudo, houve uma
família que se recusou a ceder.
Um homem chamado Matitiyahu e seus cinco filhos resistiram. A oposição deles começou uma rebelião que
se escreveria nos livros da história como uma das maiores batalhas militares de todos os tempos. A recusa
deles em aceitarem os caminhos gregos acendeu uma chama de esperança entre o povo perseguido da
Judéia. Essa chama continua a brilhar até hoje.
A história conta que os gregos chegaram à cidade onde Matitiyahu e sua família viviam. O exército maligno
ordenou a todos que se curvassem e adorassem à grande estátua de Zeus. Quando Matitiyahu, que era de
linhagem sacerdotal, viu um companheiro hebreu começar a adorar o ídolo ele rapidamente começou a agir.
Matitiyahu matou o hebreu e declarou aos que estavam ao redor dele Mi la YHWH elai”, isto é, “Quem é por
YHWH junte-se a mim.” Ele tomou seu filho Yehudá, sua família, e outros hebreus leais com ele e eles
fugiram para as montanhas, onde puderam planejar e começar a guerra. “Esses homens acreditavam que
não poderiam livrar Israel do domínio estrangeiro, mas eles estavam dispostos a arriscarem suas vidas para
que o povo judeu pudesse gozar de liberdade espiritual e controlar o seu Templo. Matitiyahu morreu, mas
os seus filhos continuaram a lutar sob a liderança de Yehudá Macabi (Yehudá “o martelo”). Os macabeus,
com quatro batalhões de 1.000 homens cada, derrotou um exército de 40.000 soldados e 7.000 cavaleiros.
Então, em 165AC, Yehudá reuniu uma força de 10.000 judeus e derrotou um exército de 60.000 soldados e
5.000 cavaleiros” escreveu o rabino Moshe Koniuchowsky.
Finalmente os macabeus conseguiram sobrepujar os gregos e retomar o controle de Jerusalém, e do sítio
do Templo sagrado. Eles descobriram que essa área de adoração havia sido profanada e destruída. Então,
eles começaram a tediosa tarefa de remontarem o Santuário da forma como foi descrita. Eles reconstruiram
certos itens que estavam faltando, eles lavaram utensílios sujos, limparam todo o lugar e marcaram uma
data para santificar o Templo e rededicá-lo a YHWH. A celebração duraria oito dias de oração e adoração
durante os quais eles consagrariam o lugar a Elohim. A história diz que quando os sacerdotes foram
acender a Menorá que está no Santo Lugar, eles não tinham óleo sagrado suficiente para durar por todo o
festival. Os sacerdotes confiaram em YHWH e o óleo queimou por oito dias: tempo o bastante para
consagrar óleo novo da forma prescrita pela Torá. A propósito, a palavra hebraica para dedicação é
“Chanucá.” É desses eventos que temos a Festa de Chanucá tal qual celebrada por nosso Messias Yeshua
em Yochanan (João) 10.
Por mais de dois mil anos a história dos macabeus tem sido contada e recontada como principal motivo
para a época de celebração dos oito dias de Chanucá. Mas por favor, não descarte tais eventos como
sendo apenas para a época de feriados. Não pense que a história de Chanucá é uma fábula para crianças
para substituir o Natal. Os milagres que aconteceram durante a revolta de Yehudá e seu exército são
especiais demais para serem lembrados apenas uma vez por ano. Está na hora de lembrarmos diariamente
de Chanucá. Mas talvez essas maravilhas externas sejam secundárias quando comparadas
com os milagres que ocorreram dentro do povo hebreu na época. Como este ensinamento traz
entendimento, sabedoria e conhecimento, que seja Chanucá o ano todo para o povo de Israel. Podemos
aprender com os macabeus sobre como não deixar que nossa fé se conforme com o mundo?
O Verdadeiro Milagre
Veja, o objetivo do rei Epifânio não era necessariamente matar os hebreus. O seu real propósito era o de
mudá-los. Ele queria que eles fossem como o resto dos gregos mundanos. Epifânio, que foi chamado de
“louco” por seus contemporâneos, não permitiu que os hebreus guardassem o Shabat ou estudassem a
Torá. Ele acreditava que ao criar leis que danificavam a fé e até mesmo ao destruir o seu lugar de adoração,
ele poderia derroar a fé dos hebreus e destruir sua cultura. O rei estava errado. O rei não entendeu que a fé
bíblica não era centrada em construções, mas sim em quem somos. O rei logo descobriu que apesar da
Menorá estar apagada, o óleo permanecia. A fé dos hebreus estava dentro do povo, e não baseada em algo
exterior.
É esse milagre, o milagre da oposição que se sobressai, que é maior que o milagre do óleo ou das batalhas
militares. Antíoco queria conformismo, queria um meio-termo. Ele fez de tudo para que os israelitas se
assimilassem, se misturassem, poluíssem a sua fé, cedessem e andassem pelo caminho do meio-termo.
Alguns judeus fizeram isso. Eles aceitaram os caminhos gregos e trocaram os seus talitot (“chales de
oração”) por togas. Eles se misturaram com outros povos e outras crenças e perderam a sua identidade.
Outros não.
Que possamos aprender dos exemplos de Matitiyahu e de seus filhos, que se recusaram a ceder ao
conformismo porque o inimigo não mudou ao longo do tempo. A batalha continua sendo a mesma. Será que
vamos seguir as palavras da Bíblia e vivermos o nosso estilo de vida hebraico ou será que vamos nos
conformar com o mundo e nos misturarmos com ele? Essa é uma batalha diária pela fé que ainda ruge
dentro da vida de cada crente. Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz YHWH; e não toqueis
coisa imunda, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o El
Shadai.” 2 Coríntios 6:17-18.
O conformismo está diretamente associado ao comprometimento da fé. No hebraico, a palavra usada para
isto é “p’shara”. Este termo significa “expor ou tornar-se sujeito ao perigo, suspeita ou infâmia”. Isto significa
que “resolver diferenças por concessões mútuas, especialmente para evitar ou encerrar um proecesso
judicial.” Como? P’shara é a escolha do conformismo: é escolher ceder ou até conceder. O
comprometimento, como a própria definição diz, é um acordo mútuo. É uma ação que deve ser tomada e
aceita – o comprometimento não é forçado. Alguns hebreus escolheram p’shara, enquanto outros não.
Curiosamente, não existe uma palavra para “comprometimento” no árabe antigo que é falado pelos
muçulmanos. Uma das razões pelas quais não há comprometimento no Oriente Médio é porque o sistema
de crenças islâmicas não acredita em ceder. Eles sequer têm uma palavra para comprometimento em seu
dicionário.
A guerra contra a p’shara é uma das maiores batalhas que os que seguem a Torá encaram hoje. O mundo
nos chama a sermos conformistas. Nossos filhos são bombardeados por músicos, atores, e a mídia que
determina e espalha os modismos. Nós devemos resistir.
Tome a Decisão
Primeiramente, devemos decidir não comprometermos a nossa fé. Em uma fração de segundos o sacerdote
Matitiyahu se levantou contra os gregos e até matou publicamente um pagão. Ele então entrou em guerra
contra aqueles que tentavam persuadir os hebreus a adorarem Zeus. Matitiyahu não fez nada de
espetacular: ele só estava caminhando em sua herança como sacerdote de YHWH.
Os sacerdotes deveriam ensinar Israel a ser kadosh, isto é, “santo” ou “separado.” O povo não deveria se
misturar com o mundo. Eles não deveriam misturar o que é limpo com o que é impuro e nem mesmo colocar
um mesmo fardo sobre animias diferentes. Eles não deveriam casar-se com pagãos nem vestirem roupas
de fios misturados. Israel deveria ser diferente. Parar de misturar a verdade com a mentira apenas fazia
parte de ser um sacerdote. Quando Matitiyahu se levantou contra a oposição, ele proclamou Mi la YHWH
elai” ou “Quem é por YHWH junte-se a mim!” Assim como Matitiyahu, temos que sobrepujar nossos medos
e formarmos um forte compromisso de não cedermos.
Insista
Para os hebreus, a vitória não foi fácil nem rápida. Os israelitas levaram três anos na guerra para derrotar
os gregos. Eles estavam em número menor, tinham armas melhores, e eram menos preparados, mas ainda
assim venceram. Até o seu líder Matitiyahu havia sido morto na batalha. Eles poderiam ter desistido a
qualquer momento, mas não o fizeram. Através de tudo o que lhe aconteceu, o exército dos macabeus
perseverou e finalmente venceu o rei. Depois de muitas batalhas ferozes eles reconquistaram o que era
deles de direito desde o começo. E hoje em dia não é diferente. Devemos lutar para reconquistarmos o
estilo de vida que é nosso de direito. E temos que continuar a lutar. O oposto do comodismo é a
perseverança. Temos que sermos os mesmos; temos nos preservarmos durante os eventos da vida. A
guerra contra o comodismo é uma maratona e não um cem-metros rasos. Perseverança é uma luta diária.
Ainda assim, é uma luta que vale à pena. Não temas o que hás de sofrer. Eis que o Acusador está para
lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a
morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça [isto é: Escute atentamente] o que a Ruach diz
às kehilot. O que vencer, de modo algum sofrerá o dado da segunda morte.” Apocalipse 2:10-11.
Purifique-se
Em terceiro lugar, temos que nos purificarmos. O comprometimento é uma bagunça porque atenua a
diferença entre o que é certo e o que é errado. Essa confusão e esse caos precisam ser esclarecidos.
Quando os israelitas retomaram o Templo, eles o encontraram totalmente destruído. Ele tinha sido
profanado e precisava ser reconstruído. Isso requereu deles muito trabalho e recusa em tomar atalhos.
Através desse processo, os hebreus poderiam ter comprometido a pureza da fé usando mobília e itens
diferentes dos descritos na Torá. Eles podiam ter se acomodado. Quando os sacerdotes tinham somente
óleo para um dia, eles tinham que tomar uma decisão. Eles deveriam ter misturado o óleo sagrado ou
simplesmente usado óleo comum de lâmpada para a Menorá?
Eles podiam ter comprometido o que era santo, mas eles não o fizeram. Eles acreditaram e confiaram em
YHWH com aquilo que tinham. Por causa dessa confiança comemoramos esse milagre todo ano por volta
do mês de dezembro. Pense por um minuto se os hebreus tivessem se acomodado e não tivessem confiado
em YHWH para multiplicar o óleo. Você acha que teríamos essa celebração de oito dias de Chanucá com
uma Menorá especial? Provavelmente não.
De fato, o maior milagre de Chanucá é o que aconteceu DENTRO das pessoas. A resistência deles contra o
comprometer o mundo espiritual levou aos prodígios no mundo físico. Assim como a viúva cujo alimento não
acabou e tal como os peixes e pães que foram multiplicados para alimentar os milhares, uma porção de
óleo foi suficiente. Tal como diz a canção de Pessach “Dayeinu” – sempre é suficiente. Quando você confia
em YHWH e não cede ao comodismo as suas necessidades serão sempre preenchidas.
Um Remanescente e Uma Queda
É importante lembrar que todos esses eventos giraram em torno de um remanescente. Um remanescente é
‘uma pequena parte de um original que não se misturou.’ Um remanescente é como o começo, porém se
mantém até o final. Foi um remanescente do óleo original que foi usado pelos sacerdotes. E até mesmo os
próprios sacerdotes eram um remanescente da linhagem original que servia no Tabernáculo no deserto. Tal
qual seus antepassados, os sacerdotes tiveram que se levantar e desafiar o mundo do comodismo. Eles
também tiveram que fazer ‘tikun’ ou reparar/retificar os erros do passado deles.
Durante a viagem de Israel desde o Egito, os sacerdotes cederam ao povo e comprometeram a verdadeira
adoração. Mas vendo o povo que Moshe tardava em descer do monte, acercou-se de Aharon, e disse-lhe:
Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moshe, o homem que nos tirou
da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. E Aharon lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro,
que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo
o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Aharon. E ele os
tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram:
Este é teu Elohim, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.” Shemot (Êxodo 32:1-4)
Aharon cedeu à solicitação da nação e deu-lhes o ídolo do bezerro de ouro. Lembre-se: caso você não
aprenda com o passado, então está fadado a repetí-lo. Se não fizermos tikun dos erros de nossos
ancestrais, então podemos acabar replicando-os. Não podemos tolerar o conformismo na família de Israel.
Não só isto precisa ser parado, como também precisa ser consertado. Por causa do pecado do bezerro de
ouro, a nação toda precisava de tikun.
Talvez parte do tikun de Israel ocorreu nas ações de Pinchas. Vendo isso Pinchas, filho de Eleazar, o filho
de Aharon, sacerdote, se levantou do meio da congregação, e tomou uma lança na sua mão; E foi após o
homem israelita até à tenda, e os atravessou a ambos, ao homem israelita e à mulher, pelo ventre; então a
praga cessou de sobre os filhos de Israel.” Bamidbar (Números) 25:7-8. O tikun do pecado de Aharon
ocorreu quando Pinchas o sacerdote matou um rebelde público. Assim, no reflexo e sombra do
remanescente, Matitiyahu, descendente de Aharon, também se levantou na ocasião e matou um rebelde
público. Pinchas e Matitiyahu se recusaram a se conformarem com o mundo. É impressionante como
Matitiyahu inclusive repetiu a resposta de Moshe ao pecado do bezerro de ouro. Mi la YHWH elai” ou
“Quem é por YHWH junte-se a mim!” Shemot/Êxodo 32:26.
O remanescente continua agora enquanto encaramos o monstro do conformismo. Todos dias você tem uma
oportunidade de aprender com o passado e mudar o futuro. Aqui no tempo presente você pode de fato
recriar o milagre de Chanucá ao fortalecer a sua fé e decidir não comprometê-la. Não ameis o mundo, nem
o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no
mundo, o yetser hará, a cobiça dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo.” 1
Yochanan (João) 2:15-16.
Rejeitando o mundo
Rejeitar o mundo não é fácil, mas é necessário.
De certa forma nós, enquanto israelitas, temos que desafiar a gravidade. Devemos resistir aos puxões do
mundo. Devemos rejeitar a mistura. É difícil nadar contra a maré e resistir às influências daqueles que nos
cercam. O Talmud diz: “Todos os começos são difíceis.” Porém se tornam mais fáceis a medida em que
optamos por não fazer p’shara. Existe um princípio do momento que diz que toda vez que você realiza uma
mitsvá (mandamento) ou se recusa a se deixar levar pelos caminhos do mundo, o seu espírito é fortalecido.
Barreiras são quebradas uma vez que você rejeita o desejo de se conformar com o mundo. Um exemplo
são as festas de YHWH. De início, elas são novas e talvez até difíceis de celebrar. Mas a medida que o
tempo passa, as novas ações se tornam hábitos; elas se tornam parte de você e não aparentam ser tão
estranhas. A medida que as ações são repetidas, torna-se cada vez mais fácil simplesmente realizar as
mitsvot (mandamentos). E a cada momento em que você se recusa a permitir que a sua vida se misture
com o mundo, você se torna uma testemunha e um exemplo de como um seguidor de YHWH deve viver.
Resista à tentação quando você for confrontado com a opção de seguir a YHWH ou não. Não dê brecha ao
adversário. nem deis lugar ao Acusador.” Efésios 4:27
Seja fiel nas pequenas coisas. A maioria das pessoas não compromete a fé desobedecendo ‘grandes’
mandamentos como não matar ou roubar. Porém, será que a sua fé permanecerá firme quando lidar com
pequenas escolhas tais como observar o Shabat, comer casher, ou refrear a língua? É difícil resistir à
p’shara nas pequenas áreas da vida. A próxima vez em que você for tentado a cruzar a linha, lembre-se que
os sacerdotes não comprometeram nem mesmo o óleo que eles usavam no Templo.
A medida que você é fiel a YHWH, você pode esperar que milagres ocorram. Na realidade, você pode fazer
os milagres ocorrerem através da sua devoção. Espere o inesperado e experimente o impensável a medida
em que o seu coração é moldado nas mãos do Pai. Assim como os israelitas rededicaram o Templo,
reafirme seu compromisso com YHWH e com o Seu serviço. Limpe as áreas onde a fé é comprometida e
onde há influências maligns. Desligue aquele programa de TV racista. Deixe de lado as roupas que revelam
demais. Preste atenção em quanto dinheiro você gasta com coisas que não são necessárias. Diga ‘não’
quando os seus amigos e colegas de trabalho te alfinetarem ou te tentarem a desobedecer à Torá.
Em suma, no que diz respeito à vida não há nada de novo debaixo do sol. As lutas que encaramos hoje,
como entender a nossa herança e como estar neste mundo sem ser deste mundo, não são novidades. Os
poderes e as muitas pessoas ao nosso redor desprezam a forma que agimos e querem que mudemos. Nós
também devemos ficar firmes como os macabeus e lutarmos por nossas vidas mesmo em meio à
perseguição do mundo. Devemos aprendr com o erro de Aharon e fazer tikun olam, isto é, ‘restaurar o
mundo’, através da nossa resistência e recusa a comprometermos nossa fé pelo conformismo.
Será que você pode proclamar como Moshe e Matitiyahu fizeram? Mi la YHWH elai” ou “Quem é por
YHWH junte-se a mim!” Shemot/Êxodo 32:26

666 – A REVELAÇÃO DA MARCA DA BESTA


Melachim Beit (2 Reis) 8:12

"Então disse Hazael: Por que chora o meu senhor? E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel; porás fogo às suas fortalezas, e os seus jovens matarás à espada, e os seus meninos despedaçarás, e as suas mulheres grávidas fenderás."

A expressão "e os seus jovens", neste ponto, é "uvachureichem" (666). Repare no contexto da expressão. Estaria Yochanan dizendo que o anti-mashiach mataria à espada os jovens de Yisra'el? Compare com os cavaleiros em Guilyana (Apocalipse) 6.

Melachim Beit (2 Reis) 18:24

"Como, pois, farias virar o rosto de um só capitão dos menores servos de meu senhor, quando tu confias no Egito, por causa dos carros e cavaleiros?"

A expressão "e [dos] cavaleiros", neste ponto, é "ulefarashim." Será que Yochanan ensina aqui que os cavaleiros que aparecem em Guilyana (Apocalipse) 6 seriam associados ao anti-messias?

Melachim Beit (2 Reis) 22:20

"Por isso eis que eu te recolherei a teus pais, e tu serás recolhido em paz à tua sepultura, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar. Então tornaram a trazer ao rei a resposta."

A expressão "verão", neste ponto, é "tireina" (666). Pelo contexto, repare que YHWH diz ao rei de Yehudá que os seus olhos NÃO veriam o mal porque ele voltou à Torá.

Vejamos os p'sukim 15-17:

"Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei as palavras do livro da lei, rasgou as suas vestes. Então foi o cohen Hilkiyahu, e Achikam, Achbor, Shafan e Assayah à profetiza Hulda, mulher de Shalum Ben Tikva Ben Harchas, o guarda das vestiduras (e ela habitava em Yerushalayim, na segunda parte), e lhe falaram. E ela lhes disse: Assim diz YHWH Elohim de Yisra'el: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz YHWH: Eis que trarei mal sobre este lugar, e sobre os seus moradores, a saber: todas as palavras do livro que leu o rei de Yehudá. Porquanto me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira por todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará. Porém ao rei de Yehudá, que vos enviou a consultar YHWH, assim lhe direis: Assim diz YHWH Elohim de Yisra'el, acerca das palavras, que ouviste: Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante YHWH, quando ouviste o que falei contra este lugar, e contra os seus moradores, que seria para assolação e para maldição, e que rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz YHWH."

Vejam que YHWH diz ao rei "lo tireina" (não verão.) Ora, se "tireina" tem o valor numérico de 666, será a lição aqui a ser aprendida a mesma do rei de Yehudá? Será que Yochanan está nos ensinando que os olhos que seguirem o anti-mashiach verão (tireina) o mal que assolará aqueles que se opõem à Torá?

Divrei HaYamim Alef (1 Crônicas) 27:19

“Sobre Zevulun, Yishmayahu Ben Ovadiyah; sobre Naftali, Yerimot Ben Azriel;”
.
O nome Yerimot, cujo valor numérico também é de 666, significa “ele é o mais exaltado”, o que poderia nos dar uma idéia dos objetivos do anti-mashiach: Elevar-se acima do El-Elyon.

Divrei HaYamim (2 Crônicas) 6:36

“Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares diante do inimigo, para que os que os cativarem os levem em cativeiro para alguma terra, remota ou vizinha,”

A passagem é interessantíssima, pois a expressão “não há homem que não peque”, no original, é “ein adam asher lo-yecheta” (666) Estaria Yochanan, a exemplo do que fez Rav. Sha’ul (Paulo), identificando o anti-mashiach como o homem do pecado, o transgressor da Torá?

Divrei HaYamim Beit (2 Crônicas) 9:21

“Porque, indo os navios do rei com os servos de Hiram, a Tarshish, voltavam os navios de Tarshish, uma vez em três anos, e traziam ouro e prata, marfim, bugios e pavões.”

Novamente temos uma expressão “em três”, neste caso “leshalo’osh” (666) associada ao número da besta. Esta é a segunda testemunha bíblica de que esse número estaria associado à forma como o anti-mashiach se apresentaria, e sua relevância não pode ser desconsiderada, pois alguns p’sukim (versículos) acima, temos um dos dois textos que trazem, no Tanach, explicitamente o número 666. No passuk (versículo) 13, encontramos:

“E o peso do ouro, que vinha em um ano a Shlomo, era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro.”

Associando os dois conceitos (vide o artigo anterior), estaria Yochanan nos ensinando que o anti-mashiach apresenta-se como filho de David, e sob a forma de três?

Divrei HaYamim Beit (2 Crônicas) 11:15

“E ele constituiu para si sacerdotes, para os altos, para os demônios, e para os bezerros, que fizera.”

O termo que na tradução supracitada está traduzido como “para os demônios” vem do hebraico “velesirim” (666). Sirim é o plural de “sa’ir” ou “satir”, que é traduzido de diversas formas nas Escrituras. O termo pode significar “demônios” (numa alusão aos deuses da mitologia cananéia que eram bodes), ou “bodes”, ou ainda “cabeludo”, isto é, “como o bode.”

Assim sendo, poderíamos encontrar uma relação entre o anti-mashiach e os demônios, pois ele é príncipe dos mesmos, ou entre o anti-mashiach e os bodes – será que Yochanan nos ensina que o espírito do anti-mashiach é o espírito de Azaz’el?

Pois o Sefer Chanoch diz o seguinte sobre Azaz’el:

“Tu vistes o que Azaz'el tem feito, e como ele ensinou toda iniqüidade na terra e revelou os segredos eternos que estão no céu, os quais os homens estavam praticando.” (Chanoch 9:6)

Mas, não podemos também deixar de mencionar o fato de que a Torá também usa essa expressão para Essav (Esaú), irmão de Ya’akov:

“Então disse Ya’akov a Rivkah, sua mãe: Eis que Essav meu irmão é homem cabeludo [hebr: sair], e eu homem liso;”

Poderia ser que Yochanan, ao se referir aos “sirim” tivesse em mente os descendentes de Essav? Pois, segundo os sábios, Essav representa Roma, e seus descendentes, os romanos.

Divrei HaYamim (2 Crônicas) 35:3

“E disse aos levi’im que ensinavam a todo o Yisra’el e estavam consagrados a YHWH: Ponde a arca sagrada na casa que edificou Shlomo Ben David, rei de Yisra’el; não tereis mais esta carga aos ombros; agora servi a YHWH vosso Elohim, e ao seu povo Yisra’el.”

A expressão “arca sagrada”, no hebraico, é “aron hakodesh” (666). Essa expressão aparece unicamente neste ponto (normalmente, a arca é chamada de “aron habrit” – arca da aliança.) Reparem no contexto. A arca seria posta na casa edificada por Shlomo (no Templo.) Poderia Yochanan querer nos dizer que o anti-mashiach se colocaria na “casa de Shlomo/David”, apresentando-se como um descendente de David?

Ezra (Esdras) 6:9

“E o que for necessário, como bezerros, carneiros, e cordeiros, para holocaustos ao Deus dos céus, trigo, sal, vinho e azeite, segundo o rito dos sacerdotes que estão em Jerusalém, dê-se-lhes, de dia em dia, para que não haja falta.”

O termo “bezerros” na realidade é composto, no hebraico, de duas palavras “uvnei torin” (e filhos de bois.) O termo “torin” (666) refere-se a bois.

Esse termo, de origem aramaica, só é encontrado em dois lugares nas Escrituras. Um deles é em Ezra. O outro é em Dani’el, em que Nabucodonozor, rei de Bavel, tem um sonho, onde ele aparece comendo como os bois. Veja o que diz Dani’el 4:24-27:
.
Esta é a interpretação, ó rei; e este é o decreto do Altíssimo, que virá sobre o rei, meu senhor: Serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. E quanto ao que foi falado, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina. Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniqüidades, usando de misericórdia com os pobres, pois, talvez se prolongue a tua tranqüilidade.”

Se extraírmos um paralelo entre ambos, baseado no termo indicado (torin), será que Yochanan está querendo nos ensinar que o anti-mashiach é o rei de Bavel, e que será humilhado por YHWH?

sexta-feira, 22 de março de 2013

A Heresia Colossense

Estabelecer os antecedentes religiosos históricos da heresia cristã não é tarefa fácil, visto
que alusões ocultas em tais conceitos como “tradição-paradosin” (2:8), “plenitude-plhrwma
(1:2, 9, 10), “filosofia-filosofia” (2:8), “comer e beber-brwsei” (2:16), “principados e
potestades-arcai exousiaς” (2:15) e “elementos do mundo encontram correspondência tanto no
207
“judaísmo gnóstico” quanto no “sincretismo helenístico”.13 Ambos são, na verdade, igualmente
utilizados por comentaristas para definir a procedência da gnose de Colossos. Para o propósito de
nosso estudo, entretanto, não necessitamos discutir a respeito da procedência ideológica da
“filosofia” (2:8) de Colossos. Será suficiente reconstruir o esboço principal de seus ensinos na
base de citações curtas e palavras-chaves citadas por Paulo no capítulo 2 no contexto de sua
admoestação aos crentes.
O falso ensino que Paulo refuta em Colossenses é caracterizado por um erro teológico e
prático. Teologicamente, a “filosofia” Colossense (2:8) estava competindo com Cristo pela
lealdade do homem. Sua fonte de autoridade, segundo Paulo, era “tradição-paradosin humana”
(2:8) e seu alvo era conceder verdadeira “sabedoria-sofiaς” (2: 3, 23), “conhecimento-gnwsin
(2: 2, 3; 3:10), e “entendimento-sunesei” (1:9; 2:2). Para alcançarem tal conhecimento, os
cristãos eram instados a prestar homenagem às principalidades cósmicas (2:10, 15) e aos
“elementos do universo-ta stoiceia tou cosmou” (2:8, 18, 20).