segunda-feira, 4 de março de 2013

O “Novo Testamento” e a Lei


Há conflito entre ambos?
Leis?
Creio que a grande maioria das pessoas já deve ter tido problemas para entender a correta relação
existente entre o “Novo Testamento” e a “Lei”.
Imagine uma pessoa, daqui a mais de dois mil anos à nossa frente, no ano de 4040, que pegasse nossos
textos e visse os seguintes exemplos do português com a palavra “Lei” e como ela imaginaria a utilização
de cada uma delas:
“Um bom cidadão deve cumprir a lei”
algo como constituição, código civil, ou lei que regule a sociedade;
“A Lei da Gravidade fez com que a bola caísse rapidamente”
uso da palavra lei para um fenômeno natural;
“Toda segunda-feira eu me aborreço com meu chefe.
É Lei de Murphy!”
expressão humorística;
“Essa cadeira é feita de madeira de lei”
significa madeira de qualidade;
“Esse texto viola as leis da gramática”
regras para o bom uso da língua portuguesa;
“Os preços sempre baixam nessa época do ano. É a lei da oferta e da procura.”
para se referir a um fenômeno social.
Imaginem esta pessoa, mais de dois mil anos
adiante, pegasse estas seis formas da palavra “Lei” e tentasse entender como sendo “uma coisa só”. O que
vocês acham que iria acontecer com esta pessoa? Certamente esta pessoa iria entrar em parafuso,
exatamente como nós atualmente entramos muitas vezes, quando lemos o chamado “Novo Testamento”
e não entendemos as diferentes aplicações da palavra “Lei” ali existentes.
Sábio conselho
Seguindo alguns dos conselhos de um dos mais renomados professores das Escrituras, o rabino
Hillel, que inclusive viveu cerca de 30 a 40 anos antes de Yeshua e foi um dos grandes


analistas/exegetas do judaísmo. Ele criou um sistema de interpretação das escrituras que ficou conhecido
como as “leis de Hillel”, onde duas destas leis são aplicáveis ao que estamos analisando:
•A analogia deve ser feita a partir de outra passagem ou “Cayotse bo mimekom achar”;
•A explicação é sempre obtida a partir
do contexto ou “Davar hilmad me'anino”.
Estas duas leis estão na introdução deste livreto por que vamos utilizar ambos os conceitos de Hillel ao
longo deste estudo. Deve se notar que estas também são encontradas em outras técnicas de exegese e
hermenêutica, não sendo este conceito necessariamente exclusivo do judaísmo.
A primeira das técnicas diz que: se há duas passagens que estão em aparente contradição, então é muito provável que encontre a resposta em uma 3ª passagem ou no contexto de uma das
passagens. Basicamente as “escrituras interpretam as escrituras”. Então, se eu tenho duas passagens
com “aparente contradição”, como por exemplo, uma no chamado “Novo Testamento” e outra no “Antigo
Testamento”, a solução não é “classificar” que há um “conflito” entre elas, mas sim buscar harmonizar as
Escrituras. E isto é um conceito importantíssimo, pois procurar conciliar as passagens das Escrituras deve
ser o objetivo principal: neste exemplo, como harmonizar o “Antigo Testamento” com o “Novo
Testamento”? A segunda técnica tem a ver com a primeira: é a explicação obtida do contexto. Isto
também não é exclusivo judaico. Para entender a passagem é preciso entender o contexto onde esta
passagem se encontra. Por exemplo, se utilizarmos uma das cartas de Paulo, que é a fonte das
passagens onde encontramos as maiores controvérsias relacionado com a questão da “Lei”, ao
utilizar uma destas cartas, nós temos de entender: 
•Quem estava escrevendo;
•Por que esta pessoa estava escrevendo;
•Para quem estava escrevendo;
•Qual era o “pano de fundo” na qual esta pessoa estava inserida;
•Qual o “pano de fundo” do público para a qual esta carta estava inserida; e assim por diante.
Basicamente temos que entender todo o “conceito do contexto” que está por detrás desta passagem. O
objetivo deste artigo será explicar o conceito da palavra “Lei” através da realidade existente à época
do “Novo Testamento”. Apresentaremos o significado desta palavra em cada uma das diversas passagens,
bem como o que cada uma delas se refere exatamente nestes versículos.
Forma de ver
Um equívoco relativamente comum a quase todos, é “projetarmos a nossa realidade” como forma de
analisarmos outra realidade qualquer. Ou seja, através da “nossa forma de ver”, tentamos “modelar”
o que aconteceu em épocas distantes, com povos e costumes diferentes, procurando transformar aquela
realidade para algo a que nós estamos acostumados e vivemos nos dias de hoje. Um exemplo é o acesso
que todos temos aos livros atualmente. Não nos atemos ao fato que a invenção de Gutenberg, que
viabilizou a impressão dos livros, aconteceu apenas em 1439. Da mesma forma não consideramos que a
alfabetização de grande parte da população é uma conquista do século XX. O fato é que, na época de
Yeshua, as Escrituras eram copiadas de forma artesanal e apenas pelos professores das Escrituras,
trabalho que demandava mais de cinco anos para cada cópia ser feita, escritas em pele de carneiro e a
pena.
As Escrituras
Outro equívoco corrente é que nos “esquecemos” de quais eram as Escrituras que todos tinham acesso na
época de Yeshua e os apóstolos: os rolos da Palavra compreendiam os livros de “Gênesis a Malaquias”
exclusivamente. Quando lemos hoje um texto do “Novo Testamento”
que faz referência às Escrituras, abrangem apenas estes livros, como podemos ver em Lucas 4:
16. Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de Shabat, segundo o seu
costume, e levantou-se para ler. 17 Foi lhe entregue o livro do profeta Yeshayahu (Isaías); e abrindo o, achou o lugar em que estava escrito:
Onde Yeshua passa a pregar Isaias 61:
O Espírito do Eterno está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar Boas Novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, visão aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor. 
Alguns dos inúmeros exemplos existentes nas Escrituras:
Mateus 4:04.
Mas Yeshua lhe respondeu: Está escrito: Nem só de
pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da
boca do Eterno.
Deuteronômio 8:18.
...para ensinar-te que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem. Mateus 4:10.
Então ordenou-lhe Yeshua: Vaite, Satan; porque está escrito: Ao Eterno teu Elohim adorarás, e só a ele servirás. Deuteronômio 6:13.
... O Senhor teu Elohim temerás e a Ele servirás, e pelo Seu Nome jurarás. Marcos 11 01. [idem Mateus 21:13]. 
E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada, por todas as nações, casa de
oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões.Isaías 56:07.
...e os alegrarei na minha casa de oração; ...porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos. Jeremias 7:11.
Esta casa que é chamada do meu nome, porventura se tornou aos vossos olhos um covil de ladrões? Eis que eu, eu o vi, diz o Senhor. Gálatas 4:01.
Porque está escrito: Alegrate, estéril, que não dás à luz; Esforçate e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. Isaías 54:01. 
Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; rompe em cântico, e exclama com alegria, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária, do que os filhos da casada...
Romanos 1:17. 
Porque nele se descobre a justiça do Senhor de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
Habacuque 2:04.
Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.
Romanos 3:04.
De maneira nenhuma; sempre seja Elohim verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está
escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E venças quando fores julgado.
Salmos 116:11.
Dizia na minha pressa: Todos os homens são mentirosos. 51:4. ...e fiz o que é mal à tua vista, para
que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares.
Romanos 4:17.
(como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber,
Elohim....
Gênesis 17:05.
E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas
nações te tenho posto;
2ª Cor 8:17.
como está escrito: Ao que muito colheu, não sobrou; e ao que pouco colheu, não faltou.
Êxodo 16:18.
Porém, medindo o com o ômer, o que muito colheu,
não sobrou; e ao que pouco colheu, não faltou.; cada um colheu tanto quanto podia comer.
A outorga da Torah
Quando falamos de “Lei” com relação a Torah, os cinco primeiros Livros das Escrituras ou Pentateuco,
devemos compreender que a palavra “Lei” aqui utilizada não significa a lei no conceito jurídico de
caráter obrigatório da sociedade. Mas um conjunto de instruções que o Eterno nos deu, ensinos para uma
existência que vivêssemos de forma santa, pois Ele disse: “Sede santo por que Eu Sou Santo”! Portanto,
Ele nos deu um conjunto de instruções/leis para que, por meio delas, pudéssemos viver de acordo com a
moral dEle. Isto que é chamado de Torah, as instruções dadas para que possamos ter uma vida de santidade.
Uma Ketubá para o povo do Eterno
A Torah foi dada no Sinai por Moises, e representa um verdadeiro contrato de casamento entre Israel e o
Eterno. Para entendermos o conceito completamente, é necessário explicarmos que no casamento israelita,
normalmente temos os seguintes elementos: um noivo, uma noiva e um contrato de casamento ou “Ketubá”.
Neste contrato estão escritas todas as obrigações matrimoniais a que as partes se submetem; na Ketubá
há toda a referência, por exemplo, que o marido deve honrar a esposa, a esposa deve ser amorosa, que
ambos devem ser compreensivos apoiando um ao outro, viver de acordo com os preceitos da Bíblia, criar
um lar judaico etc. Destaco que este contrato é voluntário, onde cada uma das partes manifesta sua
vontade de seguir tais regras, não é algo imposto por terceiros e contrário as suas vontades.
•Quando o povo esteve ao pé do Sinai, da mesma forma, o que ocorreu foi um casamento.
•O Eterno chegou a Israel e falou: “vocês querem se casar comigo?” E Israel, ao aceitar este casamento
israelita, aceitou o contrato/Ketubá que foi a Torah.
•Da mesma forma que o exemplo anterior, notase que foi feito uma proposta e, por livre manifestação,
foi aceita. NADA foi imposto. É importante que tenhamos esta analogia do casamento israelita, pois será utilizado mais adiante.
Moises e os Anciãos
Outro equívoco muito frequente é pensar que um contrato pode ter um texto tão detalhado, que seja
capaz de abranger cada uma das mais variadas situações cotidianas, explicando de forma minuciosa e
nos mais intrínsecos detalhes absolutamente todas as variáveis possíveis e imagináveis. Como no
casamento, através do seu “contrato ou Ketubá”, nele não está especificado absolutamente tudo que
exatamente cada um dos mínimos detalhes de “como vai e o que vai ocorrer” na relação do casal. Temos ali
apenas as diretrizes gerais e as mais relevantes.
Qual a função dos Anciãos?
De certa forma, a Torah também é um “conjunto de diretrizes mestras”, como se fosse uma “constituição”.
Por isto que, muitas vezes, é necessário à ajuda de alguém muito mais experiente em Torah para
sabermos como aplicar a Torah nas nossas vidas. E esta era a função de Moises, bem como dos anciões
que ele delegou, tinham para com o povo. Ensinando o povo à correta forma de “como viver” de acordo com os preceitos da Torah, ou seja, não só o conteúdo da própria Torah, mas também a ordem da precedência dos mandamentos e preceitos, uns sobre os outros. Este é, por exemplo, o que aconteceu quando Yeshua coloca o preceito de guardar o Shabat aos fariseus, perguntando se por acaso não salvariam um animal que caísse no Shabat. Yeshua estava dizendo que o preceito da preservação da vida é superior ao da observância de não trabalhar no Shabat.
A Torah tem uma classificação, uma ordem de importância, não é um monobloco
Esta é uma idéia do judaísmo que se perdeu no cristianismo, onde todo o pecado é “igual”, sendo que
isto não é bem assim. Claro que todo o ato de pecar tem sempre como resultado o nosso afastamento do
Eterno, sendo esta consequência igual. Porém o ato de “falar mal” do meu amigo não tem o mesmo peso
de “pegar uma metralhadora e fuzilar crianças em uma escola”. Naturalmente que uma coisa é muito
mais grave que a outra. Sendo a Torah uma constituição, cujos preceitos têm precedência umas
sobre as outras, às vezes estes mesmos preceitos podem entrar em aparente conflito, principalmente no
mundo que vivemos que não se preocupa muito com a Torah. Por exemplo: uma pessoa está passando
fome e recebe oferta de um emprego em que precise trabalhar no Shabat, possibilitando acabar com a
fome e sustentar sua família, deve aceitálo ou não, mesmo que em caráter temporário, devido ao
Shabat? De um lado há o preceito da preservação da vida mais a obrigação do sustento da nossa família e
do outro lado o mandamento do Shabat. 
Outro exemplo: a circuncisão é feita ao 8º dia, mas se ele cai no Shabat. Deve ser feita à circuncisão ou deve aguardar o final do mesmo? Ou ainda: a Torah fala que não podemos comer animais impuros. Mas no caso de fome na terra.
Podemos ou não comêlos?
Para esta série de questões, Moises estabeleceu um conselho de anciões cujo objetivo era que pudessem ensinar o povo a viver de acordo com a Torah.
Como a Torah foi passada pelo Eterno similar a uma constituição, foi necessário estabelecer uma forma de
orientação para que as pessoas pudessem viver dentro dela, desde aqueles tempos iniciais.
Governando com a Torah: a Halachá
O concílio de anciões tinha também a função de julgar as causas do povo. Ao analisar a Torah, percebemos a presença de muitos preceitos relacionados à: restituição, o que fazer quando um peca contra o
outro, qual o tipo de punição, tipo de restituição, o que deve ser feito para que uma pessoa possa ser
considerada culpada perante a sociedade, entre tantos outros. Com isto, uma das funções dos anciões
era também julgar as causas baseados na Torah.
Portanto, ensinavam a viver em conformidade com os preceitos da Torah que haviam aceitado
espontaneamente no Sinai. E julgavam as causas do povo, ambos conforme estipulava a Torah. Receberam
o nome de “Beit Din” que significa “Casa de Julgamento”, cuja responsabilidade e função era
justamente explicar ao povo como deveria viver, além de julgar as causas do povo. A chamada “Halachá”,
que significa literalmente “caminhar”, surgiu como desdobramento destas funções. Ou, em um sentido
mais abrangente, seria como deveríamos caminhar dentro da Torah.
A Halachá é formada, portanto, da forma que os nossos sábios nos ensinaram de que deveria ser este
caminhar em nossas vidas.No modelo da figura ao lado, temos o padrão estipulado pelo Eterno,
outorgando a Torah ao povo, sendo que cabia aos mestres o “apoio” ao povo na observância da Torah.
Este “apoio” é denominado de Halachá. A Halachá era algo que não necessariamente era fixo, podendo ser
mutável. Seria similar ao conceito atual da “jurisprudência”, na qual decisões anteriores de tribunais superiores auxiliariam e ofereceriam diretrizes aos demais tribunais subordinados, bem
como as pessoas sujeitas a sua autoridade, de como elas deveriam decidir sobre a questão, lastreados pela
interpretação feita sobre os preceitos da sociedade.
Possui um caráter “mutável” ou “renovável”, pois a jurisprudência aplicável nas circunstancias do século
passado não necessariamente continua sendo compatível com as questões dos tempos atuais. Da
mesma forma, a Halachá também deve ter esta característica, pois cumprir a Torah como era feita a
cerca de três mil anos passados dentro de Israel não é a mesma coisa que cumprila hoje no Brasil.
Ambas as realidades são tão distantes que as mudanças desta magnitude requerem também
transformações na Halachá. A Halachá também não possui o “peso de Lei”, ela é a interpretação do povo,
através dos seus anciãos, de como se entende a “Lei”.
Esta é a grande diferença: os anciões sabiam que a Halachá não é “Lei”. Se você não for de encontro a
Halachá, não há o mesmo peso de pecar, no sentido de violar a Torah. Este é um modelo bíblico, conforme
referência inicial feita por Jetro, sogro de Moises, que sugere este modelo administrativo. E também há a
mesma questão, em Deuteronômio, onde Moises ensinava os lideres das tribos e também estes
passavam adiante tal modelo.
O exílio babilônico
Quando o povo foi para o exílio babilônico, estava sendo perseguido e havia a preocupação muito
grande com a preservação do judaísmo. Havia um problema, pois o judaísmo enquanto religião era
totalmente centrada nas atividades do tabernáculo. A partir da outorga da Torah no Sinai, houve o
tabernáculo como cerne da vida religiosa judaica, passado depois para o Templo de Salomão após sua
construção em Jerusalém.
Redefinir para preservar
Durante o exílio babilônico houve a destruição do Templo. Aliado a isto houve também o exílio do povo,
o qual não estava mais em Israel, sendo este um preceito também muito importante para a prática do
judaísmo como era concebido então. Diante deste cenário, os lideres do povo concluíram ser necessário
redefinir a religião como era conhecida, encontrando um novo centro de apoio onde pudessem sobreviver
durante o exílio, sem que permanecesse dependente do sistema do Templo, que fora destruído.
Entre rabinos e sinagogas
Surgi como alternativa a implantação da sinagoga como local de orações, em substituição ao modelo
baseado em culto no Tabernáculo e no Templo. Para entender melhor a concepção da sinagoga como
alternativa, podemos verificar que quase todos os elementos presentes na sinagoga têm referência
direta ao Templo de Jerusalém, como se fosse um mini Templo ou uma lembrança direta deste.
Com este novo modelo alternativo, as sinagogas passaram a ser o novo centro da vida religiosa judaica.
Nestas encontramos a “bimah” ou local onde se apoia a Torah, referindose ao Altar do Templo; há ainda a
“harona hackodesh”, onde é guardado a Torah, em referencia ao Santo dos Santos; o “Kadosh Kadoshim”
para a Arca da Aliança; e a “luz continua” da “Menorah” ou candelabro de sete pontas. Todo o serviço da
sinagoga também remonta o serviço que era prestado no Templo, como é no caso do Sidur ou livro de rezas
judaicas, sendo distribuídas de acordo com aquilo a que o Templo tinha por referência: sacrifícios da tarde,
sacrifícios da manha, limpezas das cinzas do altar. Concluindo, todo o modelo das sinagogas foi
desenvolvido para que o povo tivesse o Templo como referencial, como seu centro de vida religiosa, apesar
de estarem há anos no exílio, com o objetivo de preservar o judaísmo. Neste contexto, a figura do
rabino surgiu tal qual o conceito moderno da palavra, onde estes são mestres nas leis da Torah e também
nos costumes que o povo israelita tinha. Dentro deste novo formato, a linha que separavam os “costumes” e
“as leis” começou a se atenuar a partir desta época.
À medida que o tempo passava e os rabinos iam se sucedendo, os costumes e as leis passaram a se
tornar cada vez mais uma coisa só.

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